
O metaverso figura entre as inovações tecnológicas mais impactantes desta década, integrando o universo digital a experiências imersivas que prometem transformar a forma de interação online. O anúncio de Mark Zuckerberg em 2021, ao alterar o nome do Facebook para Meta Platforms, impulsionou o interesse global no setor, atraindo bilhões de dólares em investimentos de grandes corporações e entidades públicas. Analistas de mercado projetam que o segmento do metaverso pode alcançar US$13 trilhões até 2030, reforçando seu papel estratégico na economia digital mundial. A convergência entre Facebook, metaverso e cripto consolidou um ecossistema dinâmico em constante evolução.
O metaverso é geralmente entendido como uma evolução da internet, tornando-a mais imersiva e tridimensional. O objetivo é construir ambientes virtuais onde usuários interajam de forma natural e envolvente. Empresas líderes como Meta (antiga Facebook) e Microsoft utilizam dispositivos de realidade virtual (VR) e realidade aumentada (AR) para aproximar os mundos físico e digital.
Neal Stephenson cunhou o termo "metaverso" em seu livro "Snow Crash" (1992), ao imaginar um universo digital acessado por headsets de VR. Atualmente, o metaverso engloba plataformas digitais e jogos nos quais usuários criam avatares personalizados e interagem entre si. As experiências incluem desde shows virtuais e reuniões de negócios até eventos esportivos, oferecendo atividades coletivas que simulam dinâmicas do mundo real em ambientes digitais. O incentivo do Facebook ao metaverso cripto foi decisivo para sua adoção em larga escala.
Projetos de cripto no metaverso surgiram antes da entrada do Facebook, com pioneiros como Decentraland desenvolvendo experiências online imersivas. O principal diferencial entre metaversos cripto e plataformas corporativas, como o Horizon Worlds da Meta, está na utilização de tecnologia blockchain descentralizada.
Redes blockchain operam por meio de computadores distribuídos (nós) que executam algoritmos para monitorar, validar e registrar transações de criptomoedas. Esse modelo permite pagamentos peer-to-peer (P2P) seguros no ambiente virtual, eliminando intermediários. O blockchain oferece aos usuários controle total sobre os ativos digitais acumulados, gastos ou negociados em suas plataformas preferidas.
Criptomoedas do metaverso têm funções diversas: representam propriedade de terrenos virtuais, recompensam usuários por tarefas específicas ou funcionam como moedas internas para compra de itens digitais e acesso a eventos VIP. Diferentemente de plataformas centralizadas como as do Facebook, sistemas descentralizados não possuem autoridade central sobre ativos digitais, garantindo autonomia total aos usuários sobre seus bens virtuais e identidades digitais.
O crescimento do metaverso levou à criação de seções dedicadas em grandes sites agregadores de preços de criptoativos. Apesar das oscilações do mercado, alguns projetos permanecem entre os líderes:
Decentraland (MANA) foi lançado em 2020 como um metaverso de mundo aberto na Ethereum, permitindo a criação de avatares digitais e a exploração de ambientes 3D. O token MANA serve como moeda para compras de bens virtuais e participação em decisões de governança. Marcas globais como Samsung, Coca-Cola e Atari utilizam o Decentraland em suas estratégias de metaverso.
The Sandbox (SAND), desenvolvido pela Animoca Brands de Hong Kong, é outro metaverso de mundo aberto na Ethereum, com gráficos inspirados em Minecraft. Os tokens SAND viabilizam compras no jogo e governança on-chain. The Sandbox conquistou notoriedade com parcerias envolvendo Snoop Dogg e a série "The Walking Dead".
Enjin (ENJ), sediada em Singapura, permite que desenvolvedores criem e lancem NFTs para jogos baseados em Ethereum. O projeto também integra o Polkadot (DOT) para conectar diferentes projetos de metaverso por meio da plataforma "Efinity". Tokens ENJ são utilizados como lastro dos NFTs emitidos na Enjin Network.
ApeCoin (APE) nasceu a partir do sucesso da Yuga Labs, impulsionado em 2021 pelo lançamento da coleção de 10.000 NFTs Bored Ape Yacht Club (BAYC). Para expandir esse ecossistema, a Yuga Labs lançou o ApeCoin em 2022 e criou a comunidade blockchain ApeCoin DAO. Detentores de ApeCoin votam em propostas da DAO, e a Yuga Labs comercializou NFTs de terrenos virtuais do jogo "Otherside" utilizando ApeCoin.
NFTs são criptoativos únicos, cada um com uma inscrição e rastreabilidade exclusiva na blockchain. Diferentemente de criptomoedas fungíveis como Bitcoin ou Ethereum, NFTs não são intercambiáveis em proporção direta, pois cada um tem atributos e endereços próprios na blockchain.
Diversas plataformas do metaverso utilizam NFTs para conceder direitos de propriedade digital aos usuários. NFTs podem representar fotos, obras de arte, vídeos e músicas, mas o destaque é para os terrenos virtuais. NFTs de terrenos equivalem a propriedades digitais em metaversos como Decentraland, funcionando como escrituras virtuais. Os donos podem desenvolver, negociar ou alugar essas áreas, de forma semelhante ao mercado imobiliário físico. A comercialização de terrenos virtuais via NFTs movimentou bilhões de dólares nos últimos anos, consolidando-se como um dos setores mais dinâmicos do ecossistema cripto do metaverso.
Além dos terrenos virtuais, os NFTs têm diversas aplicações em plataformas do metaverso. Personagens jogáveis em títulos como Axie Infinity são NFTs. Esses ecossistemas também oferecem itens vestíveis em NFT, armas virtuais e cartas colecionáveis.
À medida que plataformas descentralizadas de metaverso ganham espaço, negociadores têm acesso facilitado a exchanges que listam os principais tokens do segmento. O processo padrão envolve consultar um agregador de preços de criptoativos, localizar a página oficial do token e identificar as exchanges centralizadas e descentralizadas que oferecem pares de negociação.
O investidor seleciona uma exchange que suporte a criptomoeda desejada, abre uma conta ou conecta uma wallet, e converte seus ativos em tokens do metaverso. Por exemplo, para adquirir MANA, basta criar uma conta numa exchange de grande porte, depositar fundos e trocar moeda fiduciária pela quantidade de MANA desejada.
É importante observar que, embora diversas exchanges ofereçam tokens populares do metaverso, muitas não suportam negociação de NFTs dessas plataformas. Usuários que criam ou colecionam NFTs no metaverso precisam acessar marketplaces especializados, como OpenSea ou Rarible, para vender ou leiloar esses ativos digitais. Alguns jogos do metaverso também possuem marketplaces próprios para negociação de itens, avatares e terrenos dentro do ecossistema.
O metaverso cripto representa um cruzamento inovador entre blockchain, experiências imersivas e economias digitais descentralizadas. Diferentemente de plataformas corporativas tradicionais, como as desenvolvidas pelo Facebook (Meta), projetos de metaverso baseados em blockchain garantem aos usuários controle efetivo sobre seus ativos virtuais e identidades digitais, eliminando autoridades centrais e intermediários.
Líderes como Decentraland, The Sandbox, Enjin e ApeCoin comprovam a viabilidade comercial desse novo ecossistema, atraindo grandes marcas e movimentando bilhões de dólares. NFTs—sobretudo os de terrenos virtuais—são pilares do metaverso cripto, criando novas possibilidades de propriedade digital e investimento.
Com projeções de mercado de US$13 trilhões até 2030, o metaverso cripto não é apenas uma tendência; trata-se de uma transformação fundamental da posse digital, da interação social online e das economias virtuais. A iniciativa de metaverso do Facebook intensificou o interesse institucional, enquanto alternativas cripto descentralizadas ganham preferência entre quem busca autonomia digital. Com o avanço da tecnologia e o aumento da adoção, o metaverso cripto seguirá ampliando fronteiras entre os mundos físico e digital, abrindo oportunidades inéditas para criadores, investidores e usuários.
O Facebook lançou a Libra em 2019, depois rebatizada para Diem. O projeto foi descontinuado em 2022.
Sim, o Facebook (atual Meta) conduz uma iniciativa de metaverso chamada Meta, com o objetivo de criar um ambiente de realidade virtual em linha com sua visão digital.
O projeto de criptomoeda do Facebook, Diem, foi encerrado em 2022 devido à oposição política e nunca chegou a ser lançado oficialmente.
Não, a Meta não possui criptomoeda própria. O foco da empresa está em stablecoins.











