

O Segregated Witness (SegWit) representa um avanço tecnológico marcante na trajetória do Bitcoin, resolvendo desafios críticos de escalabilidade que surgiram à medida que a rede expandiu além de seus primeiros usuários. Quando Satoshi Nakamoto criou o Bitcoin, cada bloco tinha capacidade limitada a um milhão de bytes, valor suficiente nas fases iniciais da criptomoeda. Contudo, com o crescimento da popularidade do Bitcoin, essa limitação passou a gerar congestionamento intenso na rede, com processamento médio de apenas sete transações por segundo e taxas que, nos períodos de pico, atingiam dezenas de dólares.
Proposta em 2015 pelo desenvolvedor Pieter Wuille e outros colaboradores do Bitcoin Core, a tecnologia SegWit surgiu como solução inovadora para o gargalo no processamento de transações do Bitcoin. Sua implementação oficial ocorreu via soft fork na rede, em 2017, aumentando em 1,7 vez a capacidade de processamento de cada bloco. O SegWit foi amplamente adotado por grandes criptomoedas, como Bitcoin, Litecoin e Bitcoin Cash. Os principais benefícios do SegWit incluem a ampliação da capacidade dos blocos, maior velocidade nas transações e otimização da escalabilidade, elevando a experiência do usuário em toda a rede Bitcoin.
A base do SegWit está em uma reorganização eficiente da forma como os dados das transações são estruturados na blockchain do Bitcoin. Cada transação contém dois componentes: os dados básicos, que registram saldos e transferências, e os dados de witness, responsáveis por verificar a identidade dos usuários via assinaturas digitais. O ponto central do SegWit é que as assinaturas podem ocupar até 65% do espaço de um bloco, embora essa informação não seja necessária para que o destinatário confirme a disponibilidade dos ativos. Ao separar os dados de witness do corpo principal da transação e armazená-los à parte, o SegWit libera espaço para registrar mais transações de fato. Esse processo acelera o processamento e reduz o esforço computacional da rede, permitindo que mineradores incluam mais transações em cada bloco, mantendo o mesmo limite de tamanho.
O SegWit oferece benefícios expressivos ao ecossistema do Bitcoin. Primeiramente, amplia consideravelmente a capacidade dos blocos ao liberar espaço antes ocupado por assinaturas, chegando a liberar até 65% mais espaço para transações. Em segundo lugar, a tecnologia melhora as taxas de transação por meio de um processamento em camadas, conceito semelhante ao das soluções layer-2 do Ethereum. Ao priorizar o processamento das informações das transações, e não dos dados de verificação, a rede atinge maior throughput, com redução substancial nos custos após o SegWit. Terceiro, o SegWit prepara o terreno para o Lightning Network, a principal solução de escalabilidade off-chain do Bitcoin, ao aliviar a demanda sobre a blockchain principal. A separação completa entre dados de transação e de assinatura também aumenta a segurança ao eliminar a possibilidade de maleabilidade das transações, onde as informações poderiam ser alteradas antes da confirmação. Além disso, o SegWit abriu caminho para os ordinais do Bitcoin ao expandir os limites para dados arbitrários nas transações, viabilizando a criação de tokens não fungíveis na blockchain.
No dia a dia dos usuários, o SegWit se manifesta em diferentes formatos de endereços de wallet, cada um com vantagens distintas. Os quatro principais tipos de endereços do Bitcoin são: Legacy (P2PKH), que começam com "1" e são o formato original; Nested (P2SH), iniciados por "3", usados para multiassinatura e transações compatíveis com SegWit; Native SegWit (Bech32), começando com "bc1q" e otimizados para SegWit, com as menores taxas; e P2TR (Bech32m), iniciando com "bc1p", que suportam o Taproot e NFTs no Bitcoin. Quem utiliza endereços native SegWit tem três benefícios principais: segurança aprimorada, transações mais rápidas graças à maior capacidade dos blocos, e taxas significativamente menores. O uso do SegWit cresce continuamente nas transações de Bitcoin, refletindo ampla adoção. O padrão Bech32, introduzido pelo BIP173, traz vantagens como insensibilidade a caixa, QR codes menores, melhor detecção de erros e mais eficiência com a codificação Base32 em vez da Base58. Endereços native SegWit são a forma mais eficiente dessa tecnologia, potencializando seus benefícios para o usuário.
Os diferentes formatos de endereço trazem vantagens econômicas que impactam o custo das transações. Endereços SegWit compatíveis iniciados por "3" proporcionam cerca de 24% de economia nas taxas em relação aos endereços tradicionais começando com "1". Native SegWit, iniciados por "bc1", reduzem ainda mais as taxas, em torno de 35% comparado aos tradicionais. Frente aos endereços multiassinatura, os native SegWit podem gerar até 70% de economia. Endereços Taproot, que oferecem suporte a NFTs e Ordinals no Bitcoin, mantêm taxas semelhantes aos de prefixo "3". As diferenças de custo decorrem da estrutura de dados mais eficiente das transações native SegWit, que ocupam menos espaço nos blocos e, por isso, pagam taxas menores aos mineradores. O formato Bech32m, criado para sanar uma vulnerabilidade no padrão Bech32 original, é utilizado no Taproot e em futuras versões de endereços, mantendo compatibilidade com os native SegWit existentes.
O SegWit é um divisor de águas na evolução do Bitcoin, superando desafios de escalabilidade sem comprometer a segurança e a descentralização da rede. Ao separar de forma inteligente os dados de witness das informações das transações, o SegWit aumentou a capacidade dos blocos sem a necessidade de um hard fork controverso, mostrando a capacidade da comunidade do Bitcoin de implementar melhorias relevantes por meio de soft forks. Sua adoção ampla entre as principais criptomoedas comprova sua efetividade, com ganhos claros como redução de taxas, processamento mais rápido e reforço contra maleabilidade de transações. Além disso, o SegWit viabilizou a infraestrutura necessária para soluções avançadas de escalabilidade, como o Lightning Network, e possibilitou novos usos, como ordinais e NFTs no Bitcoin. Endereços native SegWit, em especial, garantem a experiência mais otimizada ao usuário, com máxima economia e eficiência nas transações. Com a evolução do mercado de criptoativos, o SegWit se destaca como exemplo de inovação que equilibra eficiência técnica e usabilidade, enquanto wallets modernas das principais plataformas seguem aprimorando a experiência com suporte a diferentes formatos native SegWit e novidades como o Taproot.
Native SegWit é um formato de endereço do Bitcoin, baseado no padrão 'bech32', que reduz as taxas e aumenta a velocidade das transações, além de diminuir ainda mais o peso das operações. É também utilizado no Lightning Network.
Sim, você pode enviar Bitcoin para endereços native SegWit. Basta usar uma wallet compatível, informar o endereço SegWit e transferir o valor desejado. Verifique se sua wallet suporta transações native SegWit.
Sim, BTC SegWit é o próprio Bitcoin. Trata-se de uma atualização na blockchain, com formato de endereço diferente, mas a moeda continua sendo a mesma.
Sim, native SegWit é altamente recomendado. Oferece taxas mais baixas, maior eficiência e ampla aceitação, sendo excelente para a maioria dos usuários de Bitcoin, especialmente em transações peer-to-peer.











