O presidente e CEO da maior gestora de ativos do mundo, Larry Fink da BlackRock, admitiu publicamente que o seu “processo de pensamento sobre as criptomoedas evoluiu”. Este antigo “cético orgulhoso” mudou significativamente de postura após o iShares Bitcoin Trust ETF da empresa se tornar o maior ETF de Bitcoin dos EUA, com mais de 70 mil milhões de dólares sob gestão. Fink não só reconheceu o valor das criptomoedas, como também vê a tokenização como a verdadeira oportunidade para transformar as finanças tradicionais. Entretanto, a volatilidade do mercado e o estabelecimento de um quadro regulatório permanecem questões cruciais que o setor deve enfrentar para atingir a maturidade.
A transformação de Fink: do “índice de branqueamento de capitais” ao abraço dos ativos digitais
Na recente conferência DealBook do New York Times, Larry Fink respondeu diretamente à pergunta do moderador, que recordou a sua antiga classificação das criptomoedas como “índice de branqueamento de capitais”, acrescentando com humor “e de ladrões”. Esta interação ilustra vividamente a enorme mudança de postura. Fink admitiu sem rodeios: “O meu processo de pensamento evoluiu” e reiterou que a sua avaliação inicial do potencial das criptomoedas estava errada. Essa autocorreção pública é rara entre os gigantes das finanças tradicionais, tendo um significado muito além de uma simples mudança de opinião individual: representa uma migração coletiva do topo de Wall Street na perceção dos ativos digitais.
A transformação de Fink não é um caso isolado, mas ocorre num contexto de enorme sucesso comercial da BlackRock no setor das criptomoedas. O gigante, que gere quase 10 biliões de dólares, sempre foi visto como um barómetro para o setor. Quando uma figura de autoridade como Fink revê publicamente as suas opiniões, envia, na prática, um sinal claro e poderoso a todo o universo de investidores tradicionais: os ativos digitais, sobretudo o Bitcoin, já não são uma classe marginal a ignorar, mas sim um segmento que deve ser considerado com seriedade.
Este processo de evolução reflete também o próprio desenvolvimento e esforço de conformidade do setor das criptomoedas. De facto, o mercado inicial era acompanhado por fraudes e falta de clareza regulatória, mas nos últimos anos, com a entrada de instituições mainstream, o quadro regulatório a ganhar forma e a infraestrutura a amadurecer, a “pureza” e a legitimidade destes ativos aumentaram consideravelmente. O abrandamento da postura de Fink é, assim, um resultado inevitável deste amadurecimento do setor.
O sucesso do IBIT: como se tornou o ETF de maior crescimento global
O iShares Bitcoin Trust ETF da BlackRock é, sem dúvida, a prova mais sólida desta mudança de atitude. Lançado no início de 2024 juntamente com vários concorrentes, o produto rapidamente mostrou uma enorme capacidade de captação de ativos. Até agora, o IBIT já acumulou mais de 70 mil milhões de dólares, tornando-se não só o maior ETF de Bitcoin do mercado norte-americano, como também foi apelidado de “ETF de crescimento mais rápido do mundo”. Este desempenho faz do IBIT um dos produtos mais rentáveis da história da BlackRock.
Os dados mostram que o sucesso do IBIT não é acidental. A sua escala coloca-o lado a lado com “baleias” como a MicroStrategy, figurando entre as maiores entidades detentoras de Bitcoin do mundo. Este sucesso deve-se à reputação inigualável da BlackRock, à sua vasta rede de consultores e ao meticuloso controlo dos processos de conformidade. Para milhares de investidores tradicionais que anteriormente hesitavam devido à complexidade operacional ou preocupações com a custódia, investir através de um canal familiar e de confiança como a BlackRock reduziu significativamente as barreiras psicológicas e técnicas.
Dados-chave e posição de mercado do IBIT Bitcoin ETF
Ativos sob gestão: mais de 70 mil milhões de dólares
Posição no mercado: Maior ETF de Bitcoin dos EUA
Título de crescimento: ETF de crescimento mais rápido do mundo
Comparação de detenção: Entre as maiores entidades detentoras de Bitcoin do mundo, a par da MicroStrategy
Posição interna: Uma das linhas de produtos mais lucrativas da BlackRock
Este fenómeno também gerou um debate aprofundado sobre a “institucionalização” do Bitcoin. O lançamento de ETFs spot como o IBIT, na sua essência, criou uma exposição regulada e altamente líquida ao preço do Bitcoin, tornando possível a sua integração nos modelos de alocação de ativos das finanças tradicionais. O grande volume de capital a fluir continuamente através destes ETFs não só eleva o preço do ativo, como também altera gradualmente a estrutura de detentores do mercado de Bitcoin, transferindo a origem da volatilidade dos pequenos investidores para as instituições.
Desafios e oportunidades: volatilidade, alavancagem e o futuro da tokenização
Apesar da mudança de postura, Fink mantém uma visão lúcida dos riscos do mercado. Destacou que “o Bitcoin ainda é fortemente influenciado por operadores alavancados”, sendo este um dos principais motores da volatilidade. Por exemplo, o crash de 10 de outubro e as recentes liquidações abruptas comprovam que a volatilidade continua a ser uma característica intrínseca do mercado de criptomoedas. Esta volatilidade, embora atraia especuladores, constitui um entrave à entrada de capital mais conservador.
No entanto, a verdadeira oportunidade identificada por Fink e pela BlackRock vai muito além do ETF de Bitcoin. Ambos sublinham repetidamente que a “tokenização” é a via pela qual a tecnologia cripto poderá realmente transformar o mundo financeiro tradicional. Num artigo coassinado com o COO da BlackRock, Rob Goldstein, na The Economist, traçaram uma visão: todos os ativos financeiros — de ações, obrigações a imobiliário e infraestruturas — poderão existir e circular na blockchain. Para Fink, o cerne deste conceito reside em “reduzir drasticamente custos de fricção, tornando o investimento mais fácil e simples… possibilitando um processo de investimento livre e fluido”.
A tokenização implica representar e negociar a propriedade de ativos do mundo real em formato digital na blockchain. Isto trará vantagens revolucionárias como a redução dos prazos de liquidação para minutos ou segundos, diminuição dos custos de intermediação, aumento da transparência e mercados de funcionamento contínuo (24/7). O BUIDL, fundo digital de liquidez institucional em dólares lançado pela BlackRock, é um passo concreto neste campo, explorando a emissão e gestão em blockchain de ativos tradicionais como obrigações do Tesouro.
O caminho regulatório: estrutura de mercado como pilar do desenvolvimento do setor
Para concretizar visões grandiosas como a tokenização, é indispensável um ambiente regulatório claro e estável. Fink e Brian Armstrong, CEO da Coinbase, também presente no evento, referiram a legislação sobre estrutura de mercado de cripto atualmente em discussão no Congresso dos EUA — o “Clarity Act”. Esta lei visa estabelecer um quadro que defina claramente quais os reguladores responsáveis pela supervisão de ativos tokenizados, consolidando assim parte dos avanços políticos obtidos durante a administração Trump.
Armstrong afirmou esperar que o Senado vote o “Clarity Act” nos “próximos meses”. Acrescentou que, com uma base regulatória sólida, os EUA poderão finalmente construir soluções para os principais desafios do setor, nomeadamente a redução de operações excessivamente alavancadas ou de alto risco. Estas palavras expõem um dos paradoxos do setor: a incerteza regulatória alimenta o risco especulativo e estrutural do mercado, pois a ausência de regras claras dificulta o planeamento e a implementação de inovações robustas e de longo prazo.
Para gigantes como a BlackRock, a clareza regulatória é o “alvará de funcionamento” que permite uma participação massiva e profunda no universo cripto. Sem regras claras, explorar certas áreas inovadoras pode implicar riscos de conformidade imprevisíveis. Por isso, iniciativas como o “Clarity Act” não são apenas uma reivindicação das empresas nativas do setor, mas também uma necessidade urgente para as instituições financeiras tradicionais. Os próximos meses, com o debate no Congresso norte-americano, serão determinantes para o rumo do mercado cripto global.
A evolução de pensamento de Larry Fink, de “cético” a “líder”, não é apenas uma atualização pessoal, mas o espelho da aceleração da fusão entre as finanças tradicionais e o mundo cripto. O sucesso comercial da BlackRock com o IBIT é a prova mais direta do estatuto incontornável do Bitcoin na alocação de ativos mainstream. No futuro, à medida que a tokenização passa da visão à prática e que quadros regulatórios como o “Clarity Act” se materializam, um novo sistema financeiro, mais eficiente e transparente — forjado pela colaboração entre gigantes tradicionais e forças nativas do cripto — começa a ganhar forma. As oscilações de curto prazo poderão persistir, mas a tendência de longo prazo impulsionada por tecnologia, capital e regulação é já clara.
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A evolução do pensamento do líder da BlackRock: de cético das criptomoedas a dominador dos ETFs de Bitcoin
O presidente e CEO da maior gestora de ativos do mundo, Larry Fink da BlackRock, admitiu publicamente que o seu “processo de pensamento sobre as criptomoedas evoluiu”. Este antigo “cético orgulhoso” mudou significativamente de postura após o iShares Bitcoin Trust ETF da empresa se tornar o maior ETF de Bitcoin dos EUA, com mais de 70 mil milhões de dólares sob gestão. Fink não só reconheceu o valor das criptomoedas, como também vê a tokenização como a verdadeira oportunidade para transformar as finanças tradicionais. Entretanto, a volatilidade do mercado e o estabelecimento de um quadro regulatório permanecem questões cruciais que o setor deve enfrentar para atingir a maturidade.
A transformação de Fink: do “índice de branqueamento de capitais” ao abraço dos ativos digitais
Na recente conferência DealBook do New York Times, Larry Fink respondeu diretamente à pergunta do moderador, que recordou a sua antiga classificação das criptomoedas como “índice de branqueamento de capitais”, acrescentando com humor “e de ladrões”. Esta interação ilustra vividamente a enorme mudança de postura. Fink admitiu sem rodeios: “O meu processo de pensamento evoluiu” e reiterou que a sua avaliação inicial do potencial das criptomoedas estava errada. Essa autocorreção pública é rara entre os gigantes das finanças tradicionais, tendo um significado muito além de uma simples mudança de opinião individual: representa uma migração coletiva do topo de Wall Street na perceção dos ativos digitais.
A transformação de Fink não é um caso isolado, mas ocorre num contexto de enorme sucesso comercial da BlackRock no setor das criptomoedas. O gigante, que gere quase 10 biliões de dólares, sempre foi visto como um barómetro para o setor. Quando uma figura de autoridade como Fink revê publicamente as suas opiniões, envia, na prática, um sinal claro e poderoso a todo o universo de investidores tradicionais: os ativos digitais, sobretudo o Bitcoin, já não são uma classe marginal a ignorar, mas sim um segmento que deve ser considerado com seriedade.
Este processo de evolução reflete também o próprio desenvolvimento e esforço de conformidade do setor das criptomoedas. De facto, o mercado inicial era acompanhado por fraudes e falta de clareza regulatória, mas nos últimos anos, com a entrada de instituições mainstream, o quadro regulatório a ganhar forma e a infraestrutura a amadurecer, a “pureza” e a legitimidade destes ativos aumentaram consideravelmente. O abrandamento da postura de Fink é, assim, um resultado inevitável deste amadurecimento do setor.
O sucesso do IBIT: como se tornou o ETF de maior crescimento global
O iShares Bitcoin Trust ETF da BlackRock é, sem dúvida, a prova mais sólida desta mudança de atitude. Lançado no início de 2024 juntamente com vários concorrentes, o produto rapidamente mostrou uma enorme capacidade de captação de ativos. Até agora, o IBIT já acumulou mais de 70 mil milhões de dólares, tornando-se não só o maior ETF de Bitcoin do mercado norte-americano, como também foi apelidado de “ETF de crescimento mais rápido do mundo”. Este desempenho faz do IBIT um dos produtos mais rentáveis da história da BlackRock.
Os dados mostram que o sucesso do IBIT não é acidental. A sua escala coloca-o lado a lado com “baleias” como a MicroStrategy, figurando entre as maiores entidades detentoras de Bitcoin do mundo. Este sucesso deve-se à reputação inigualável da BlackRock, à sua vasta rede de consultores e ao meticuloso controlo dos processos de conformidade. Para milhares de investidores tradicionais que anteriormente hesitavam devido à complexidade operacional ou preocupações com a custódia, investir através de um canal familiar e de confiança como a BlackRock reduziu significativamente as barreiras psicológicas e técnicas.
Dados-chave e posição de mercado do IBIT Bitcoin ETF
Ativos sob gestão: mais de 70 mil milhões de dólares
Posição no mercado: Maior ETF de Bitcoin dos EUA
Título de crescimento: ETF de crescimento mais rápido do mundo
Comparação de detenção: Entre as maiores entidades detentoras de Bitcoin do mundo, a par da MicroStrategy
Posição interna: Uma das linhas de produtos mais lucrativas da BlackRock
Este fenómeno também gerou um debate aprofundado sobre a “institucionalização” do Bitcoin. O lançamento de ETFs spot como o IBIT, na sua essência, criou uma exposição regulada e altamente líquida ao preço do Bitcoin, tornando possível a sua integração nos modelos de alocação de ativos das finanças tradicionais. O grande volume de capital a fluir continuamente através destes ETFs não só eleva o preço do ativo, como também altera gradualmente a estrutura de detentores do mercado de Bitcoin, transferindo a origem da volatilidade dos pequenos investidores para as instituições.
Desafios e oportunidades: volatilidade, alavancagem e o futuro da tokenização
Apesar da mudança de postura, Fink mantém uma visão lúcida dos riscos do mercado. Destacou que “o Bitcoin ainda é fortemente influenciado por operadores alavancados”, sendo este um dos principais motores da volatilidade. Por exemplo, o crash de 10 de outubro e as recentes liquidações abruptas comprovam que a volatilidade continua a ser uma característica intrínseca do mercado de criptomoedas. Esta volatilidade, embora atraia especuladores, constitui um entrave à entrada de capital mais conservador.
No entanto, a verdadeira oportunidade identificada por Fink e pela BlackRock vai muito além do ETF de Bitcoin. Ambos sublinham repetidamente que a “tokenização” é a via pela qual a tecnologia cripto poderá realmente transformar o mundo financeiro tradicional. Num artigo coassinado com o COO da BlackRock, Rob Goldstein, na The Economist, traçaram uma visão: todos os ativos financeiros — de ações, obrigações a imobiliário e infraestruturas — poderão existir e circular na blockchain. Para Fink, o cerne deste conceito reside em “reduzir drasticamente custos de fricção, tornando o investimento mais fácil e simples… possibilitando um processo de investimento livre e fluido”.
A tokenização implica representar e negociar a propriedade de ativos do mundo real em formato digital na blockchain. Isto trará vantagens revolucionárias como a redução dos prazos de liquidação para minutos ou segundos, diminuição dos custos de intermediação, aumento da transparência e mercados de funcionamento contínuo (24/7). O BUIDL, fundo digital de liquidez institucional em dólares lançado pela BlackRock, é um passo concreto neste campo, explorando a emissão e gestão em blockchain de ativos tradicionais como obrigações do Tesouro.
O caminho regulatório: estrutura de mercado como pilar do desenvolvimento do setor
Para concretizar visões grandiosas como a tokenização, é indispensável um ambiente regulatório claro e estável. Fink e Brian Armstrong, CEO da Coinbase, também presente no evento, referiram a legislação sobre estrutura de mercado de cripto atualmente em discussão no Congresso dos EUA — o “Clarity Act”. Esta lei visa estabelecer um quadro que defina claramente quais os reguladores responsáveis pela supervisão de ativos tokenizados, consolidando assim parte dos avanços políticos obtidos durante a administração Trump.
Armstrong afirmou esperar que o Senado vote o “Clarity Act” nos “próximos meses”. Acrescentou que, com uma base regulatória sólida, os EUA poderão finalmente construir soluções para os principais desafios do setor, nomeadamente a redução de operações excessivamente alavancadas ou de alto risco. Estas palavras expõem um dos paradoxos do setor: a incerteza regulatória alimenta o risco especulativo e estrutural do mercado, pois a ausência de regras claras dificulta o planeamento e a implementação de inovações robustas e de longo prazo.
Para gigantes como a BlackRock, a clareza regulatória é o “alvará de funcionamento” que permite uma participação massiva e profunda no universo cripto. Sem regras claras, explorar certas áreas inovadoras pode implicar riscos de conformidade imprevisíveis. Por isso, iniciativas como o “Clarity Act” não são apenas uma reivindicação das empresas nativas do setor, mas também uma necessidade urgente para as instituições financeiras tradicionais. Os próximos meses, com o debate no Congresso norte-americano, serão determinantes para o rumo do mercado cripto global.
A evolução de pensamento de Larry Fink, de “cético” a “líder”, não é apenas uma atualização pessoal, mas o espelho da aceleração da fusão entre as finanças tradicionais e o mundo cripto. O sucesso comercial da BlackRock com o IBIT é a prova mais direta do estatuto incontornável do Bitcoin na alocação de ativos mainstream. No futuro, à medida que a tokenização passa da visão à prática e que quadros regulatórios como o “Clarity Act” se materializam, um novo sistema financeiro, mais eficiente e transparente — forjado pela colaboração entre gigantes tradicionais e forças nativas do cripto — começa a ganhar forma. As oscilações de curto prazo poderão persistir, mas a tendência de longo prazo impulsionada por tecnologia, capital e regulação é já clara.