A 1 de dezembro, a Reserva Federal dos EUA anunciou subitamente a paragem das operações de redução do balanço. Este travão brusco alterou de imediato o ritmo de aperto que se mantinha desde junho de 2022.
Os dados são claros: o balanço da Fed já foi reduzido do pico de quase 9 biliões de dólares para os atuais 6,6 biliões. Agora, decidem parar de repente, o que torna o momento ainda mais intrigante.
Porque escolheram precisamente esta altura?
Os dados económicos já deram sinal de alerta. O abrandamento do crescimento já não é segredo e o alerta de liquidez nos mercados monetários tem estado sempre ligado. Continuar a drenar liquidez? O mercado pode mesmo não aguentar.
Ainda mais delicada é a questão fiscal — durante a pandemia, a Fed comprou massivamente dívida pública americana para financiar o Tesouro, chegando a superar metade da emissão. Se continuassem a reduzir o balanço e a vender dívida, o custo de financiamento do governo dos EUA iria disparar.
Quão embaraçada está a Fed neste momento? A inflação mantém-se presa nos 3%, ainda longe da meta; o mercado laboral começa a mostrar sinais de fraqueza e a economia revela uma clara perda de força. Controlar a inflação ou proteger o crescimento? Estão a caminhar sobre uma corda bamba.
O que significa a paragem da redução do balanço para o mercado?
A curto prazo, a pressão de liquidez a nível global deverá aliviar um pouco. O dinheiro fica menos apertado e os ativos de risco podem respirar.
Mas não se entusiasme demasiado — a Fed ainda detém mais 2 biliões de dólares em ativos do que antes da pandemia. Se este dinheiro quente entrar no mercado, a volatilidade dos preços dos ativos pode ser bastante significativa.
Há ainda uma variável importante: os dados económicos dos EUA relativos a outubro, devido à paralisação do governo, só serão publicados em dezembro. O vazio de dados, combinado com a incerteza da política, já baralhou por completo as expectativas do mercado. Esta é também uma das principais razões para a recente volatilidade acentuada nas ações norte-americanas.
Em resumo, esta paragem da redução do balanço é tanto um sinal claro de que a liquidez chegou ao limite, como uma injeção de confiança para uma economia enfraquecida. O ciclo de cortes de taxas para 2025-2026 é agora bastante provável e uma reavaliação global de ativos está iminente. Já ajustou a sua carteira?
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alpha_leaker
· 11h atrás
A Reserva Federal foi mesmo implacável nesta decisão, parou assim de repente; na minha opinião, é porque a economia já não aguenta mais. Com a liquidez a recuperar, os ativos de risco agora podem respirar um pouco.
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OfflineNewbie
· 11h atrás
Meu Deus, vão voltar a injetar liquidez, desta vez já não dá mesmo para continuar com a política de aperto.
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OnChain_Detective
· 11h atrás
Para ser sincero, este movimento da Fed cheira a desespero... aqueles 2 biliões parados no balanço? Energia clássica de armadilha, análise de padrões a gritar que vem aí uma armadilha de liquidez. Não é aconselhamento financeiro, mas faz a tua própria pesquisa antes de 2025 porque vai ser diferente.
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RugpullAlertOfficer
· 11h atrás
Vieram cortar os pequenos investidores outra vez, dizem que vão parar a redução do balanço mas na verdade continuam a injetar liquidez.
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HalfPositionRunner
· 11h atrás
A operação da Fed desta vez está mesmo interessante, dito de forma simples, é porque a economia já não aguenta mais.
O ciclo de descida das taxas de juro para o próximo ano está garantido, está na altura de aproveitar para comprar no fundo.
A suspensão da redução do balanço traz de volta a liquidez, o dinheiro quente vai entrar em força, já devia ter sido assim há muito.
Com 2 biliões de dólares de dinheiro quente a entrar no mercado, os preços dos ativos vão enlouquecer, ou sobem em flecha ou caem a pique, que emoção.
Em períodos de falta de dados o mercado já é caótico, agora ainda mais, a volatilidade só agora começou.
A Fed está a caminhar na corda bamba, não consegue controlar a inflação nem evitar a desaceleração, basicamente está de mãos atadas.
Os títulos do Tesouro americano comprados durante a pandemia agora não se conseguem vender, é mesmo constrangedor.
Parece que foram forçados a parar a redução do balanço, não é bom sinal, todos os alertas económicos estão ligados.
Será que vão mesmo baixar as taxas em 2025? Quem se posicionou antecipadamente vai lucrar imenso, eu ainda estou à espera.
Esta suspensão da redução do balanço é um sinal claro de rendição, se tivessem dito logo, tinha sido tudo mais simples.
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GhostAddressMiner
· 11h atrás
É sempre o mesmo truque, a Fed reduziu 3 biliões e já estão a pedir para parar, consigo ver claramente os sinais dos 2 biliões de dinheiro quente em cadeia prontos a mexer-se.
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GateUser-0717ab66
· 11h atrás
O Fed foi realmente encurralado com esta manobra, está numa situação impossível. Resumindo: a economia está fraca, o mercado está quase a não aguentar, só resta injetar liquidez. Parece-me que o próximo ano vai ser interessante de acompanhar.
A 1 de dezembro, a Reserva Federal dos EUA anunciou subitamente a paragem das operações de redução do balanço. Este travão brusco alterou de imediato o ritmo de aperto que se mantinha desde junho de 2022.
Os dados são claros: o balanço da Fed já foi reduzido do pico de quase 9 biliões de dólares para os atuais 6,6 biliões. Agora, decidem parar de repente, o que torna o momento ainda mais intrigante.
Porque escolheram precisamente esta altura?
Os dados económicos já deram sinal de alerta. O abrandamento do crescimento já não é segredo e o alerta de liquidez nos mercados monetários tem estado sempre ligado. Continuar a drenar liquidez? O mercado pode mesmo não aguentar.
Ainda mais delicada é a questão fiscal — durante a pandemia, a Fed comprou massivamente dívida pública americana para financiar o Tesouro, chegando a superar metade da emissão. Se continuassem a reduzir o balanço e a vender dívida, o custo de financiamento do governo dos EUA iria disparar.
Quão embaraçada está a Fed neste momento?
A inflação mantém-se presa nos 3%, ainda longe da meta; o mercado laboral começa a mostrar sinais de fraqueza e a economia revela uma clara perda de força. Controlar a inflação ou proteger o crescimento? Estão a caminhar sobre uma corda bamba.
O que significa a paragem da redução do balanço para o mercado?
A curto prazo, a pressão de liquidez a nível global deverá aliviar um pouco. O dinheiro fica menos apertado e os ativos de risco podem respirar.
Mas não se entusiasme demasiado — a Fed ainda detém mais 2 biliões de dólares em ativos do que antes da pandemia. Se este dinheiro quente entrar no mercado, a volatilidade dos preços dos ativos pode ser bastante significativa.
Há ainda uma variável importante: os dados económicos dos EUA relativos a outubro, devido à paralisação do governo, só serão publicados em dezembro. O vazio de dados, combinado com a incerteza da política, já baralhou por completo as expectativas do mercado. Esta é também uma das principais razões para a recente volatilidade acentuada nas ações norte-americanas.
Em resumo, esta paragem da redução do balanço é tanto um sinal claro de que a liquidez chegou ao limite, como uma injeção de confiança para uma economia enfraquecida. O ciclo de cortes de taxas para 2025-2026 é agora bastante provável e uma reavaliação global de ativos está iminente. Já ajustou a sua carteira?