Grandes notícias chegam do Golfo — o diretor da Agência Nacional de Segurança dos Emirados Árabes Unidos, Mohammed Al Shamsi, fez recentemente uma declaração pública. Ele foi direto ao ponto: Bitcoin? Essa é a nossa carta-chave para financiamento no futuro. E os Emirados Árabes Unidos já estão a preparar o terreno.

Isto não são palavras vãs. Basta olhar para as iniciativas dos Emirados nos últimos anos para perceber que falam a sério. Lançaram uma estratégia nacional de investimento com o objetivo de duplicar o volume de capital estrangeiro para 354 mil milhões de dólares. Apostaram forte nas energias renováveis e na indústria avançada, e agora colocam o Bitcoin em cima da mesa.

Porquê o foco no BTC? A razão é simples. A sua natureza descentralizada impede que seja controlado por um único governo; em tempos de inflação, a sua escassez faz dele um ativo resiliente; e, numa era de fluxos de capitais globais, o Bitcoin foi feito para isso. Para o sistema financeiro tradicional, é uma ferramenta complementar bastante sólida.

O que é que as palavras de Al Shamsi sinalizam? Os fundos soberanos e as instituições passaram a olhar para o Bitcoin de outra forma. Quanto mais instável estiver a economia global, mais valem a segurança tecnológica e a escassez do BTC. À primeira vista, os Emirados estão apenas a reforçar o motor do seu sistema de financiamento, mas, na prática, estão a disputar o protagonismo na era das finanças digitais.

O Bitcoin está a mudar de identidade — de "coisa marginal" ignorada por todos, para "ativo estratégico" cobiçado por muitos. Com os Emirados na dianteira, é de esperar que mais países sigam o exemplo. O embaralhar das cartas no sistema financeiro mundial está apenas a começar.