A queda de ontem à noite foi bastante inesperada — com as expectativas de corte de juros a aumentar, porque é que o mercado começou a corrigir?
Vou direto ao ponto: a chave está na “mudança de liquidez”, a forma como o capital global se movimenta mudou.
Primeiro, vejamos alguns sinais anómalos. Aquele otimismo dos cortes de juros em dezembro? Já foi totalmente negociado. Agora, o mercado está com um olho no rescaldo dos cortes de juros e o outro a antecipar o efeito em cadeia do aumento das taxas do iene — o smart money já saiu antes.
Depois, olhemos para o mercado obrigacionista. O rendimento das obrigações de curto prazo a 1 ano subiu em vez de descer, ainda que estas sejam as mais sensíveis às taxas de juro — isto mostra que o corte de juros em dezembro já estava demasiado incorporado nos preços e o mercado de dívida não tem confiança. Mais estranho ainda, os rendimentos das obrigações do Tesouro americano a 10 e 30 anos dispararam — em teoria, quem aposta em cortes de juros devia estar a comprar dívida de longo prazo para garantir rendimento, mas a lógica já não é só “negociar cortes de juros”.
Duas coisas estão a empurrar as yields das obrigações longas para cima. Primeiro, apesar dos dados do PCE de setembro não terem subido mais, a inflação continua teimosamente alta, e o mercado já teme uma possível recuperação. Segundo, a expectativa de subida das taxas do iene está a tornar-se mais real, o que leva capital de volta para ativos denominados em iene; o corte nos EUA + subida no Japão reduz o diferencial de taxas, as operações de arbitragem estão a ser encerradas, e tanto as yields das obrigações americanas como japonesas sobem.
No mercado acionista, também há divisão. Os três principais índices estão em alta, o VIX caiu para perto dos 15, o que parece otimista, mas o Russell 2000 continua a descer, mostrando que o apetite de risco a curto prazo não é assim tão forte.
Em resumo: a lógica central do mercado mudou de “arrefecimento das expectativas de cortes de juros” para “aquecimento das expectativas de subida das taxas do iene”. A liquidez está a mudar de direção, e até o BTC está a ser afetado. Na próxima semana, cuidado com a venda institucional de BTC durante a sessão asiática — para não repetir o que aconteceu na segunda-feira desta semana.
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A queda de ontem à noite foi bastante inesperada — com as expectativas de corte de juros a aumentar, porque é que o mercado começou a corrigir?
Vou direto ao ponto: a chave está na “mudança de liquidez”, a forma como o capital global se movimenta mudou.
Primeiro, vejamos alguns sinais anómalos. Aquele otimismo dos cortes de juros em dezembro? Já foi totalmente negociado. Agora, o mercado está com um olho no rescaldo dos cortes de juros e o outro a antecipar o efeito em cadeia do aumento das taxas do iene — o smart money já saiu antes.
Depois, olhemos para o mercado obrigacionista. O rendimento das obrigações de curto prazo a 1 ano subiu em vez de descer, ainda que estas sejam as mais sensíveis às taxas de juro — isto mostra que o corte de juros em dezembro já estava demasiado incorporado nos preços e o mercado de dívida não tem confiança. Mais estranho ainda, os rendimentos das obrigações do Tesouro americano a 10 e 30 anos dispararam — em teoria, quem aposta em cortes de juros devia estar a comprar dívida de longo prazo para garantir rendimento, mas a lógica já não é só “negociar cortes de juros”.
Duas coisas estão a empurrar as yields das obrigações longas para cima. Primeiro, apesar dos dados do PCE de setembro não terem subido mais, a inflação continua teimosamente alta, e o mercado já teme uma possível recuperação. Segundo, a expectativa de subida das taxas do iene está a tornar-se mais real, o que leva capital de volta para ativos denominados em iene; o corte nos EUA + subida no Japão reduz o diferencial de taxas, as operações de arbitragem estão a ser encerradas, e tanto as yields das obrigações americanas como japonesas sobem.
No mercado acionista, também há divisão. Os três principais índices estão em alta, o VIX caiu para perto dos 15, o que parece otimista, mas o Russell 2000 continua a descer, mostrando que o apetite de risco a curto prazo não é assim tão forte.
Em resumo: a lógica central do mercado mudou de “arrefecimento das expectativas de cortes de juros” para “aquecimento das expectativas de subida das taxas do iene”. A liquidez está a mudar de direção, e até o BTC está a ser afetado. Na próxima semana, cuidado com a venda institucional de BTC durante a sessão asiática — para não repetir o que aconteceu na segunda-feira desta semana.